Já são contabilizados 15 (quinze) mortos após os temporais que assolam a capital baiana desde a madrugada de
domingo (26) até o dia de ontem (28).
Após quase um mês em que houve
chuvas fortes e caos na cidade de Salvador, a tragédia se repete.
Toda cidade
ficou em baixo de água, porém, desde a última chuva, quase nenhuma providência
foi tomada pelos poderes públicos.
Governos estadual (PT) e
municipal (DEM) fecham os olhos e não tomam nenhuma providência. As encostas
dos morros continuam vulneráveis e os moradores / trabalhadores da periferia
são as principais vítimas.
Uma das providências tomadas após
a última chuva foram as dragagens dos Rios das Tripas e o Rio Vermelho que
cortam bairros nobres da cidade, na região do Iguatemi e Rio Vermelho. Porém,
na periferia, nada foi feito. Mesmo com as ações nesses rios, eles
transbordaram.
No bairro de Bom Juá e em outras
localidades da periferia de Salvador, os córregos transbordaram. A Defesa Civil
não atende aos chamados e apenas quando ocorre o pior, desmoronamentos e
deslizamentos de terras.
A situação mais grave foi na
comunidade de Barro Branco, nas proximidades da avenida San Martin, que passa
por um vale que corta os bairros de São Caetano, Retiro e Liberdade. No
deslizamento de terra que atingiu o local já são contabilizados 08 (oito)
mortos e uma jovem desaparecida. Os trabalhos de resgaste se iniciaram na
madrugada de domingo para a segunda, feito por moradores e garis, antes mesmo
da chegada dos Bombeiros. A Defesa Civil só chegou ao local quando o desastre
ganhou notoriedade.
Enquanto isso, o prefeito da
cidade, ACM Neto (DEM) contabilizava, apenas, 03 (três) mortos, quando o número
já eram 07 (Sete). O governo do estado se dispôs a pagar pousadas para alguns
dos desabrigados que já chegam ao número de 500 (quinhentos), mas moradores das
zonas atingidas afirmam que a ajuda tem vindo para poucos (alguns estão
abrigados em escolas municipais).
Para completar a tragédia, nos
bairros periféricos os alagamentos foram agravados pelas ações da prefeitura
que, na ambição de maquiar a cidade, mandou asfaltar ruas sem considerar a
existência de bueiros. As tampas foram vedadas pelo asfalto, impossibilitando
que, no momento do alagamento, a retirassem.
Nesses momentos percebemos para
quem os governantes governam. Seja PT ou DEM a preocupação é sempre agradar a
elite. Mas essas tragédias, apesar da dor infligida à toda população, devem
servir de lição para que nós, trabalhadores e trabalhadoras, percebamos que não
é uma simples maquiagem que solucionará nossos problemas cotidianos. As vítimas
desse desastre têm cor e classe.
Socialismo ou barbárie!
*Texto publicado no Tribuna Aberta do jornal virtual Esquerda Diário. (http://www.esquerdadiario.com.br/Catastrofe-e-mortes-na-periferia-de-Salvador)
Indico como outra leitura sobre as tragédias, o seguinte artigo: O Pior Temporal (http://www.passapalavra.info/2015/04/103968)
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