terça-feira, 10 de março de 2015

Atordoado permaneço atendo!

Diálogo entre a esquerda em pleno século XXI

João: - O que você acha da atual conjuntura econômica?
Maria: - Eu? Acho que estamos de mal a pior. A esquerda perdeu suas referências e agora, na política, todos parecem iguais...
João: - É mesmo... E parece que fica cada vez mais difícil um sentimento coletivo de classe...
Maria: - Mas acho que nunca houve. Se pensarmos direito, nós mulheres sempre fomos as principais vítimas da opressão de classe. Seguindo essa lógica, algo me diz que o problema são vocês, homens...
João: - Acho que você está enganada, Maria.,. Nós negros sempre fomos explorados. A base do desenvolvimento do próprio capitalismo está na exploração da mão de obra escrava, vinda da África...
Maria: - Mas, mesmo que faça esse recorte racial, se formos analisar a situação da mulher negra ela é muito pior a do homem negro...
João: - E quem é você para falar de mulheres negras se você é branca? Esse é um discurso que quer dividir nosso povo...
Maria: - Você que quer dividir as mulheres, com esse discurso racial do século XIX. Posso até admitir que exista racismo, mas essa mania de vocês de ficar defendendo a existência de raça...
João: - Você é uma racista...
Maria: - E você é um machista..
José: - Mas, gente, enquanto vocês ficam discutindo isso, o capitalismo avança, tanto na exploração e extermínio da população negra, quanto na exploração e violência contra as mulheres. O que nos unifica é o nosso estado de opressão que convergem no nosso lugar de classe... Não nos repartamos, nos unamos.
João e Maria: - Quem é você para falar sobre essas coisas? Seu misógino e racista comunista... Suas referências são masculinas e brancas... Seu opressor...

Enquanto, a burguesia no século XXI dialoga assim, com o tempo presente...


Sem perdão para os que sabem o que fazem

terça-feira, 10 de março de 2015


Recentemente, surgiram evidências de que os neandertais teriam sido quase tão inteligentes quanto nós. E de que convivemos com eles por muito tempo antes que desaparecessem, como provam os fragmentos do DNA neandertal encontrados em nosso genoma.


Nos descobrir mestiços desses ancestrais que costumávamos desprezar é só mais uma decepção em meio a muitas outras. 

Primeiro, Copérnico mostrou que a terra não é o centro do universo. Depois, Darwin descobriu que somos apenas uma versão mais complexa do macaco. E Freud revelou que nossa toda poderosa Razão pode ser facilmente enganada pelo inconsciente. 

O capitalismo acelerou esse processo de consciência sobre a própria insignificância amarrando nossas vidas aos caprichos das leis cegas do mercado. Trocar Deus, Razão, Ciência pelo culto às mercadorias não melhorou nada a autoestima da espécie.

Marx também não colaborou quando mostrou que chegamos aonde chegamos por obra de nossas próprias ações. O único atenuante é o fato de que vínhamos agindo tal como Cristo disse sobre os homens quando pediu a Deus que os perdoasse: “... eles não sabem o que fazem”. 

O primeiro passo para superar as próprias fraquezas é reconhecer sua existência. É isso que muitas das descobertas sobre nós mesmos vêm oferecendo. 

Milênios atrás, não tínhamos como saber porque os neandertais estavam desparecendo diante de nossos olhos. Hoje, já temos uma boa ideia sobre como pode ser nossa própria extinção. Mesmo assim, marchamos acelerado em direção a ela. 

A grande maioria continua ignorando o mal que é obrigada a fazer a si mesma. A minoria que manda e sabe o que faz está longe do alcance de qualquer perdão.

IN: http://pilulas-diarias.blogspot.com.br/2015/03/sem-perdao-para-os-que-sabem-o-que-fazem.html

domingo, 1 de março de 2015

Os inocentes

Sempre nos esquecemos dos inocentes.

Na guerra, nas brigas, no ódio que destilamos no dia a dia, quando brigamos ou ofendemos...
Quando nos deixamos contaminar por sentimentos espúrios, mesquinhos, tristes...


Os inocentes, crianças e animais, são os que mais sofrem com nossas irresponsabilidades e angústias. Possuem limites, dados por nós, para reagirem. E quando reagem são alvos de nossas iras.

Não a toa, não há religião ou ideologia que não os absolva, mesmo que muitas vezes os utilizem como "bucha de canhão" para serem ferramentas de promoção do ódio de seus algozes...

Em tempos de angústia, indiferença e ódio, "que se faça o sacrifício e cresçam logo as crianças", como diria a Legião Urbana...